METAMORFOSE
Senti-me encolhendo. Anulando qualquer energia que fosse. Passados com suas lembranças, presente com seus problemas até o futuro com as incertezas serviram para tecer o casulo.
A transformação minha meta. Pensei em ser melhor, puni-me ao rastrear o passado cheio de culpas, e ele serviu de base para começar a morada transitória.
Algumas vezes foi necessário sair da zona de conforto porque o outro precisava e lá eu ia.
dois anos se foram, escolhi setembro para fechar a última abertura que me serve para ver a luz.
Já é setembro e vou entrar no sono letárgico que a natureza me proporciona para reconstruir-me.
borboleta que quero ser, devo criar asas cheias de cores, sair, polemizar, (encher de pólen) o mundo, tocar as flores, propiciar os frutos...
Deixar de ser grotesca lagarta, lenta e faminta de folhas, devo voar. Olhos fechados, dormência positiva e confiar. Não houvesse fé, não haveriam borboletas.
Afinal, ainda existem borboletas???